Páscoa, Futebol e História – Uma mescla muito (pouco) saborosa (1/2)

Olá outra vez,

Hoje (teoricamente ontem mas ainda não dormi, portanto hoje para mim) foi dia de páscoa. Enquanto cristão católico praticante vejo este dia como o principal da minha fé. Adoro passar o dia de Páscoa em família mas de preferência sem futebol. E foi isso que aconteceu hoje (ou seja, ontem, vocês sabem).

Acho algo desrespeitoso a liga de clubes marcar o Benfica-Olhanense (que já à algum tempo se sabia poder vir a ser o jogo decisivo do campeonato) para o Domingo de Páscoa. Se fosse outro qualquer jogo, de menor importância, tudo bem, agora um jogo que faz o país parar a partir das 18 horas da tarde e faz todas as estações de televisão ficarem “poluídas” a partir das 19h45 … E nada tenho contra o Benfica (1/4 de mim é do Benfica, os outros 3/4 são do Sporting). Mas bem, a verdade é que com mérito, o Benfica sagrou-se pela 33ª vez campeão nacional (algo irônico visto ser no dia em que com 33 anos Jesus ressuscitou).
Em relação à vitória do Benfica, conquista do campeonato e consequente invasão da internet por simpatizantes de outros clubes (lago de resto bastante normal) devo dizer que, apesar de já não me surpreender, me continua a molestar. Era já altura de os portugueses perceberem que não é preciso insultar, tal como não é preciso apreciar, a equipa adversária quando ela consegue sair vitoriosa de alguma situação. Tudo isto junto com o ridículo que é porém máscaras de radioatividade com as cores dos vossos clubes como foto de perfil no Facebook, fazem do futebol português, ou melhor, do clubismo português, aquilo que ele é. E cada vez mais as crianças nascem educadas para este “ódio” nada saudável entre adeptos.

Por ultimo, o Marquês. Esse homem genial que reconstruiu a cidade de Lisboa depois do terramoto de 1775 decidiu hoje vestir a camisola do Benfica e festejar o título, ou talvez alguém (António Costa) tenha decido por ele. Tudo bem que o presidente da câmara de Lisboa seja benfiquista e o manifeste efusivamente, até aí tudo bem. Mas vestir a estátua de uma figura histórica do nosso país com a camisola de um qualquer clube, isso não. Não por vários motivos: pela perda de credibilidade do monumento; pela perda de credibilidade das autoridades responsáveis perante adeptos de outros clubes (que não são obrigados a apreciar a estátua do Marquês com um toque avermelhado); pela ridicularização de uma figura histórica de enorme relevância. Deixo aqui o meu profundo desagrado por o que hoje se sucedeu.
Resto de uma boa noite de páscoa e parabéns aos merecidos campeões (sem estátuas).

theideologicalkid

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